26% dos usuários atendidos pelas Apaes e coirmãs do estado são do espectro autista

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Apae-ES
03 de maio de 2022
O TEA é uma condição que começa na infância e persiste na vida adulta. Ele pode ter causas genéticas e ambientais e afetar o modo como as pessoas interagem, veem, ouvem e sentem o mundo ao seu redor.
No mês de abril foi celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, um momento importante para destacar a complexidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e informar as pessoas sobre o assunto. Nas Apaes do estado, dos 9.106 usuários atendidos, 2.426 são do espectro autista.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, a tendência é de aumento na prevalência dos casos. Um relatório do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos mostra que uma em cada 44 crianças de oito anos foi diagnosticada com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no país em 2021; em 2004, esse número era de um caso a cada 166 crianças.

Levando em consideração esta taxa de prevalência em relação aos 52.540 nascidos vivos em 2021 no Espírito Santo, estima-se que aproximadamente 1.200 crianças poderão ser diagnosticadas com algum grau do espectro. Discutir sobre a complexidade e desenvolvimento desse cenário é algo essencial para promover os direitos e a inclusão social das pessoas com autismo.

 “Precisamos construir uma sociedade educada na cultura da diferença, que elimine barreiras de acesso, rompa estranhamentos no encontro com as pessoas com deficiência e garanta políticas públicas para tirar essas pessoas da invisibilidade. Mês do autismo é um momento de luta”, afirma Vanderson Gaburo, presidente da Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES).

O TEA é uma condição que começa na infância e persiste na vida adulta. Ele pode ter causas genéticas e ambientais e afetar o modo como as pessoas interagem, veem, ouvem e sentem o mundo ao seu redor. Nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, entre outras especialidades: uma pessoa com TEA demanda uma equipe multidisciplinar e cuidados específicos durante o tratamento, que pode durar a vida inteira. No entanto, ao contrário do que se pensa, essa é uma condição muito ampla, que pode apresentar diferentes níveis e formas de manifestação.

A conscientização da sociedade acerca do autismo faz diferença na busca por soluções para promoção da saúde e qualidade de vida dessas pessoas, que devem ter condições de ocupar o espaço que desejarem na sociedade.

 A amplitude do espectro autista

 Existem diferentes níveis e formas de manifestação dos sintomas do TEA, que variam de uma pessoa para outra. Em 2013 foi publicada a 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Esse manual serve para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais e é utilizado por psicólogos, médicos e terapeutas ocupacionais. Esta versão apresentou uma mudança na forma de nomear os transtornos e, desde então, o autismo é chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), por levar em conta a diversidade de características do transtorno que pode aparecer em cada pessoa, assim como o nível de comprometimento.

O TEA pode ser classificado de três formas:

1) Leve - quando os sintomas são menos graves e a pessoa precisa de um suporte mínimo para realizar atividades diárias, já que ela tem uma boa capacidade de interação social;

2) Moderado – sintomas um pouco mais graves e maior necessidade de suporte. Essas pessoas podem ou não se comunicar verbalmente e sentem mais dificuldade em situações sociais;

3) Severo – nível mais grave do TEA. Geralmente, afeta de forma mais significativa a expressão verbal. A pessoa desenvolve atitudes repetitivas e necessita de acompanhamento no dia a dia.

O quanto antes o TEA for diagnosticado, mais cedo é iniciado o tratamento e melhor é a qualidade de vida da pessoa com TEA.