Debates sobre empregabilidade movimentam o espaço da Feapaes-ES no Reconecta

foto destaque
Apae-es
13 de dezembro de 2023
Segundo dia de programação do Espaço Diálogos da Inclusão trouxe experiências de inclusão real
O segundo dia do Espaço Diálogos da Inclusão no Reconecta teve como foco a empregabilidade da pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla e autismo. Apaes, coirmãs e parceiros compartilharam experiências sobre o tema, cada um com suas especificidades e pontos em comum.
A programação começou com uma animada apresentação do grupo Arte & Dança, da Apae da Serra, que levou muito ritmo ao espaço, com uma animada seleção de hits da música pop.
Em seguida, foi realizada a roda de conversa “Relatos e práticas de empregabilidade e empreendedorismo”, mediada pela consultora técnica de Emprego Apoiado e Autodefensoria da Feapaes-ES, Fátima Dantas. Cosme Peres, do Grupo Carone, falou sobre a experiência da rede com a contratação de pessoas com deficiência intelectual.
“A gente precisa entender a pessoa com deficiência intelectual como alguém que tem características, que tem a sua diversidade, como qualquer outro colaborador dentro da empresa. Há muitos rótulos em torno da pessoa com deficiência que acabam se tornando uma resistência para a inclusão dela no mercado de trabalho”, explicou Peres.
Para falar sobre suas próprias experiências no mercado de trabalho, foram convidados para dar depoimento os jovens Eduardo Nascimento, que é atendido pela Apae Serra e trabalha no Grupo Carone, e Anna Luísa Manni e Renato Sophia N. Dias, que são assistidos pela Vitória Down. Eles trabalham na Drogasil e no BrasilCenter, respectivamente.
Na sequência, Sueli Loureça Dias, da Apae Aracruz, apresentou o resultado de uma pesquisa com atendidos da instituição que foram inseridos no mercado de trabalho. O resultado mostrou as conquistas e desafios que esses jovens enfrentam no dia a dia.
A independência adquirida ao entrar no mercado de trabalho foi comemorada por muitos dos participantes da pesquisa. Um desses participantes comemorou o fato de poder pagar pela própria faculdade. “Ficamos muito felizes, pois hoje esse participante continua trabalhando e está fazendo o curso que escolheu”, contou Sueli.
Por outro lado, muitos lamentaram a falta de oportunidades de crescimento. Em um dos depoimentos, o participante contou que entrou na empresa com outras pessoas e essas já tiveram chance de mudar de cargo, enquanto ele está há dois anos na mesma função.
Foco nas habilidades
A programação do Espaço Diálogos da Inclusão foi encerrada com as representantes da Apae Colatina, Gesiane Kunn e Luciana Silvestre. Elas contaram a experiência da instituição da inclusão de seus atendidos no mundo do trabalho.
“Uma das iniciativas que tivemos foi focar o currículo nas habilidades e características de cada um, como as situações que deixam a pessoa desconfortável, ao invés de focar em formação acadêmica, por exemplo”, contou Gesiane, que conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar para ajudar a definir essas características.
A parceria com outras instituições, como o Sine, e com empresas da região, também é fundamental para o sucesso do trabalho desenvolvido. A flexibilidade para atender às necessidades de cada pessoa é muito importante, como no caso daqueles que puderam seguir com as terapias e aulas que fazem nas Apaes normalmente.
No final, a mensagem que ficou foi que há avanços, como os apresentados pelos participantes do dia, mas ainda há muitos desafios a serem superados.
Exposição
Além das palestras, os stands do Espaço Diálogos da Inclusão mostraram o trabalho desenvolvido com Apaes, coirmãs e parceiros do movimento apaeano. Foram exposições de artesanato, incluindo projetos apoiados pelo Fundo Mais Inclusão, quadros, livros, pães e biscoitos, entre outros.
O Senac, por exemplo, levou o projeto Ao Som das Flores, em que pessoas com surdez aprendem técnicas para a produção de arranjos.