No Dia do Trabalhador, iniciativa da Feapaes-ES marca os avanços e desafios da inclusão de pessoas com deficiência no mercado

O Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, é uma data marcada por lutas históricas, conquistas sociais e pela reafirmação de direitos. Em um país que busca, cada vez mais, equidade e justiça social, essa reflexão se amplia para quem ainda enfrenta barreiras invisíveis, mas persistentes, no acesso ao mundo do trabalho: as pessoas com deficiência.

Nos últimos anos, avanços importantes têm sido registrados. Leis, cotas e políticas públicas trouxeram à tona a urgência da inclusão, dando visibilidade a uma parcela da população historicamente excluída. Mas o verdadeiro progresso acontece quando essas normas saem do papel e ganham forma em iniciativas concretas, como a parceria entre a Federação das Apaes do Espírito Santo (Feapaes-ES) e a empresa Sollo.
O acordo entre as instituições integra o Programa Emprego Apoiado, criado para promover a inserção profissional de pessoas com deficiência intelectual, múltipla e autismo. A Feapaes-ES atua diretamente com o setor de recursos humanos da empresa, oferecendo suporte técnico, adaptando funções, promovendo campanhas internas de sensibilização e garantindo acompanhamento contínuo para os profissionais contratados e suas famílias.

“A pessoa com deficiência precisa, antes de tudo, de oportunidade. Com essa parceria, queremos garantir que cada candidato tenha as condições adequadas para desenvolver seu potencial e contribuir com o mercado de trabalho”, afirma Vanderson Gaburo, diretor social da Feapaes-ES.

A iniciativa é um exemplo de que inclusão exige mais do que cumprir cotas, exige comprometimento, estrutura, escuta e transformação cultural. Por meio de treinamentos, rodas de conversa e ações educativas, a Sollo, com o apoio da Feapaes-ES, mostra que é possível romper com preconceitos, adaptar ambientes e valorizar o talento em sua diversidade.

Atualmente, as Apaes e suas coirmãs atendem mais de 10 mil pessoas com deficiência em todo o Espírito Santo e a Feapaes-ES atua no auxílio dessas instituições, promovendo a cidadania, orientação e articulação de políticas públicas. Com essa expertise, a federação vem atuando para garantir que o trabalho, além de direito, seja uma ferramenta de autonomia, autoestima e pertencimento para essas pessoas.
 
Fabrício Magalhães, assistido pela Apae de Venda Nova do Imigrante é um exemplo. Por incentivo da instituição ele está trabalhando num supermercado da cidade, o que mudou a sua vida muito, e para melhor. “Antes eu ficava em casa, assistia televisão, acompanhava o rádio, depois que eu comecei a trabalhar, eu passo mais tempo fora convivendo mais com as pessoas e perdendo a minha timidez. A Apae me tirou do comodismo, me ajudou muito e agora eu tenho um salário e pago as minhas coisas, ajudo meu pai, já troquei a minha cama”, explica.

Neste 1º de maio, é essencial reconhecer que houve conquistas significativas na luta por inclusão, mas é necessário admitir que ainda há um longo caminho a ser percorrido, para que o mercado de trabalho seja, de fato, um espaço plural, onde todas as pessoas possam ser quem são, contribuir e crescer, é preciso continuar avançando. A parceria entre a Feapaes-ES e a Sollo aponta nessa direção e inspira outras empresas a fazerem o mesmo.